João Tereso

OS PRODUTORES

João Tereso

Alcobaça - Lisboa

O Produtor
especialista em decibéis, pode ser encontrado à mesa com os amigos a fazer a famosa prova de ouvido, à procura das notas. Não, não é fruta madura e violetas amadeiradas, é mesmo de Castelão em Si Bemol e por aí vai... É que o João é um notável técnico de som com carreira internacional. Entre concertos de Linda Martini e Salvador Sobral, arranjou tempo para produzir o seu próprio vinho, cujo rótulo foi desenhado pela Cláudia Guerreiro (baixista de Linda Martini) quando estavam “na estrada”, como eles gostam de dizer. A paixão pelo vinho começa na “ótica de utilizador” quando percebe que adora comer bem, mas não sabe escolher o vinho quando chega a carta à mesa. Começou a estudar o assunto e daí para cá nunca mais largou a pinga.

O avô tinha uma vinha plantada em 1960, em Alcobaça, que estava prestes a ser abandonada. Era cuidada por um agricultor local que a dado momento preferiu cingir-se a vinhas mecanizadas – uma impossibilidade neste terreno irregular de solos argilocalcários. Encheu-se de coragem, procurou ajuda do Eng. Rodrigo Martins, e começou a tratar das cepas e a produzir vinho. A região tem um clima ameno – como boa parte das regiões costeiras do centro de Portugal – e manhãs de nevoeiro que demoram a decepar-se. As noites são frescas, mesmo no Inverno, o que faz deste ponto geográfico um lugar de excelência para produzir vinhos mais leves e elegantes. O que o João faz é expressar essa natureza deixando que os vinhos fermentem espontaneamente com as leveduras indígenas.

O método: O palheto é um tributo a uma tradição local verificável quer em referências antigas, quer na estrutura do encepamento da região. O seu vai diretamente da prensa para a barrica onde permanece até à Primavera. É engarrafado depois de fazer a malolática. Produz também um branco de curtimenta que pára nos 12 dias de maceração e descaça em madeira. O tinto prolonga o estágio durante mais um ano que os outros dois.