OS PRODUTORES

Burja

Vipava - ESLOVÉNIA

O Produtor
é Primož Lavrenčič (foram vocês que pediram vinhos exóticos, agora ao menos aprendam a dizer os nomes…), e descreve-se a si próprio como um homem que parou no século XIX. Intrinsecamente ligado ao Vale de Vipava, a sua família possui registos que comprovam que habitam a região, pelo menos, desde o século XVI. Primož é um dos grandes dinamizadores da região, e ambiciona honrá-la dando a provar os seus vinhos ao mundo. Sem vilipendiar as castas locais, não consegue disfarçar a sua paixão secreta (ou discreta…) pelo Pinot Noir, a única exceção à regra, a única não-autóctone das suas uvas.

Vipava, no litoral da Eslovénia, tem, a sudoeste, o vento quente e húmido do Mar Adriático, e a nordeste, a rajada fria (conhecida localmente como “Burja”) do Monte Nanos. Este terroir “encurralado” – tão específico – que também encontramos no Piemonte, entre o Mediterrâneo e os Alpes, é corresponsável pela elaboração e elevação destes vinhos. O calcário que está na base dos solos desta região é conhecido como “Flysch” ou “Marga de Flysch. Produz um cascalho fino (quase folheado) que mais parece metamórfico que sedimentar. Abunda em variedade de minerais e é ainda mais rico em cálcio do que habitualmente é o calcário. A sua vinha mais antiga, Stranice, plantada no inicio dos anos 50, possui menos altitude que as restantes, mas é a mais próxima da rocha mãe, logo, a que retém mais água e mais nutrientes da Flysch.

O método: passa por controlar apenas o que acha que deve controlar – a temperatura e a oxidação. Não dispensa o contacto pelicular em tintos nem em brancos, e acredita que, não só a textura dos vinhos, mas também a complexidade aromática, ganha em fazer maceração, pois as leveduras presentes nas películas são diferentes das contidas no mosto, e, naturalmente, enriquecem o vinho com outras camadas aromáticas. Apesar de estar cada vez mais “viciado” em tanques de cimento (de todos os formatos possíveis), o Primož não dispensa a utilização das bottis, os famosos tonéis verticais eslovenos que ficaram praticamente esquecidos no mundo da vinificação, e que renasceram nos anos 80 nas experiências de produtores históricos como Stanko Radikon.

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